Os outros...

Hoje eu estava indo ao trabalho e quando faltava apenas um ponto para eu descer, subiu um rapaz com seus quase 18 anos e ao atravessar o corredor do ônibus na euforia de sua adolescência acabou batendo com sua mão no meu olho esquerdo. Doeu tanto que eu cheguei a gritar, olhei para ele para ver qual era sua reação, e ele parecia estar quase rindo. Por um momento senti um certo ódio disso, mas depois parei e pensei: poxa vida, essas coisas pode acontecer com qualquer pessoa, por que não comigo? Às vezes quando algo do gênero acontece comigo, eu penso: será que estou pensando alguma bobagem e o Universo quer me chamar a atenção para eu parar de pensar? Enfim... eu estava apenas bolando (mentalmente) um texto para o meu outro blog sobre ciclismo quando isso aconteceu, e aí vi que foi apenas um acontecimento. Desci do ônibus em frente ao Parque Trianon, um dos parques mais florestados e lindos de São Paulo, além de ser um ambiente calmo e agradável para ler um bom livro, e foi o que fiz: ler o meu livro e relaxar.

Como disse em outro post, eu estou aprendendo muita coisa no meu auge dos 36 anos, e como tenho estudado muito sobre a mente humana e sobre o poder do pensamento positivo, eu senti uma certa raiva no início, mas depois logo passou. Mas se fosse a Tânia de alguns meses atrás, ou um ano atrás, provavelmente eu ficaria com raiva disso, chegaria no trabalho com um ódio no coração, comentaria o acontecido praticamente com todos que cruzassem o meu caminho, criando um clima de tensão, raiva, ódio e estresse, mas não... cheguei ao trabalho sorrindo, tirando sarro e agora estou aqui ouvindo música e escrevendo este texto.

Ah, mas você está contando agora isso para qualquer um ler?????

Bom, eu resolvi escrever sobre o acontecido para que vocês percebam que as coisas são momentâneas, acontecem, mas depois elas passam, e que infelizmente muitos de nós focamos demais nos outros. O rapaz que entrou no ônibus estava tão eufórico que nem percebeu o que tinha feito, só percebeu porque eu acabei “gritando” de dor. Ele nem sabia o que estava fazendo, pois provavelmente ele deveria estar concentrado em seus próprios pensamentos ou problemas.

O que muita gente não percebe que as pessoas são o que são porque aprenderam a ser o que são. O que pode ser certo para mim, pode não ser para o outro ou para você. O que eu penso pode ser errado para mim e ser certo para você.

Então por que julgar os outros somente naquilo em que você vê?

Ah, mas as pessoas também me julgam pelo o que vê em mim.

E daí?

Você não é a opinião dos outros!

E consequentemente os outros não são suas opiniões.

Antigamente quando eu via alguém na rua fazendo algo que eu não acho certo, ficava eu discutindo mentalmente comigo mesma: “olha que cara idiota, fica fazendo essas coisas, será que ele não sabe que é errado? Será que ele não percebe que está fazendo mal para ele mesmo?”... E provavelmente não sabe mesmo, e o que eu tenho a ver com isso?

Cada um faz aquilo que é certo para si mesmo. Você apenas tem que prestar a atenção em sua reação a esses acontecimentos. Se levar a sério demais, é provável que num futuro não muito longe você crie uma doença séria, brigue com seu cônjuge ou perderá o emprego. Mas se você deixar que seja apenas um acontecimento e depois esquecê-lo, vai se sentir bem e perceber que tudo na vida passa... até uva passa! (risos)

Coisas boas e ruins acontecem o tempo todo, e não temos controle sobre elas. Então deixe que os acontecimentos aconteçam... ui!

Lembre-se você não é mais um bebê que está sendo amamentado. Você não é mais aquele adolescente que jogava bola na escola. Você não é mais aquela mulher de 25 anos e por aí vai...

O seu corpo muda o tempo todo, e você muitas vezes nem percebe isso. Que tal não perceber as coisas a sua volta? Ou melhor, que tal observar as coisas que te agradam e esquecer as que não te agradam?

Curta os momentos bons, e deixe os ruins longe de você. Afinal, viver é uma aventura... então aproveite o máximo.

Beijos,