Desde pequena, eu sempre tive o pé atrás em relação
às pessoas que se dizem predestinadas ajudar as pessoas do planeta terra. Em
alguns casos, eu torcia bem o nariz e, com Osho não foi diferente. Olhava para o
rosto dele e pensava, “tem alguma coisa errada nele”, porém nunca fui longe de
disso e nunca o julguei.
Aliás, admito que nunca li nada a respeito da sua
vida e nem sobre o que ele fez para as pessoas quando esteve vivo, apenas li um
único livro seu.
Eu espero que alguém que esteja lendo esta
postagem, que acompanha o trabalho dele, possa me corrigir se eu estiver
errada. Tudo o que escrevo aqui foi baseado na série da NetFlix “Wild Wild
Country”, a qual conta como ele, Osho, foi expulso dos EUA.
Apesar de Osho ser o pano de fundo do documentário,
boa parte dele é sobre como ele construiu a cidade Rajneeshpuram, em Oregon,
nos EUA, e a partir daí criou-se um mal estar entre os moradores locais
conduzindo sua expulsão do país quatro anos depois.
Pelo que assisti, algumas coisas me deixaram bem
intrigada, vindo de uma pessoa “iluminada” como Osho:
- Qual a razão dos seguidores usarem roupas em tons
vermelho, alaranjado e/ou rosa? E por que ele mesmo não usava essas cores?
- Se ele era um líder espiritual, por que se fechou
por mais de três anos sem falar com ninguém?
- Por que estender um tapete vermelho com flores
para ele sair do carro? Que, aliás, era sempre um Rolls-Royce.
- Se ele pregava o desapego, por que ele tinha
tantos relógios caros e dúzias de carros Rolls-Royce?
- Por que, quando ele foi questionado sobre a fuga
de sua secretária, Ma Anand Sheela, ele usou de um tom agressivo, dizendo que
ela estava usando drogas e que “ela não é uma mulher e sim uma puta” (palavras
dele que podem ser ouvidas no documentário)?
- Será que ele realmente não sabia dos crimes
cometidos por Sheela?
Não estou desmerecendo o legado que ele deixou,
apenas estou comentando a respeito do documentário, o qual deixou de falar
sobre o que Osho fez para seus discípulos. Muita pouca coisa foi mostrada a
respeito de seus ensinamentos e, pessoas que não conheciam/conhecem seu
trabalho como eu, após assistir ao documentário, pode achar que ele não passou
de mais um farsante. Infelizmente, foi o que eu senti. Sem mencionar que Sheela
foi o braço forte na construção de toda a cidade. Osho nem sequer apareceu para
dar uma forcinha. E com a saída dela é que as coisas começaram a desmoronar.
O documentário também mostra o lado cruel dos
americanos. Quando eles não gostam de alguém, eles fazem de tudo para acabar
com a reputação da pessoa, seja ela famosa mundialmente ou não. Uma coisa eu
concordo com uma das pessoas entrevistadas, “Os EUA não estão preparados para
receber pessoas como os sannyasins”.
Apesar disso tudo, algumas coisas me agradaram:
- A cidade trouxe vida ao deserto de Oregon;
- As pessoas estavam sempre felizes;
- Havia colaboração entre as pessoas;
- Não havia violência e nem preconceito de nenhum
gênero.
Talvez, foi tudo isso que assustou os moradores de
Oregon. Tudo que é muito novo, cria resistência.
Não tenho uma opinião exata sobre o filme e nem
sobre Osho. Apenas me deixou ainda mais confusa em relação aos seus ensinamentos,
voltei a torcer o nariz.
Será que estou errada?
Tânia
O Universo em Você
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