Eu
tinha acabado de completar 12 anos e, eu e minhas irmãs já estávamos de férias
escolares, então, meu pai decidiu levar a família toda para viajar com ele para
Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
Viajamos
de carro. Loucura, mas foi uma das loucas aventuras da minha vida e eu adorei
tudo aquilo. Chegamos a Bento Gonçalves em 12 horas.
Dois
dias depois, minha mãe decide pegar o carro para ir até Gramado para conhecer a
cidade. Fomos eu, minha irmã do meio e minha mãe. Meu pai tinha de participar
de uma reunião de trabalho e minha irmã mais velha não quis ir, queria ficar
com os amigos da cidade que acabara de fazer.
A
viagem a Gramado foi linda. Logo em seguida, decidimos ir até Canela, outra
cidade linda, muito conhecida por fazer os chocolates mais deliciosos da
região. E são mesmo! (risos)
Na
volta, minha mãe dirigia, a minha irmã ficou no bando do passageiro e eu fiquei
no banco de trás, sem largar a câmera fotográfica, pois eu tinha tirado muitas
fotos lindas. Naquela época não existia câmera digital, sem mencionar que
câmera fotográfica, por menor modelo que fosse, era cara demais.
No
meio do caminho começou a chover bem forte. Cheguei a pensar em pedir para a
minha mãe estacionar o carro e esperar a chuva passar, já que eu vi muitas
pessoas fazendo isso pelo caminho. Não sei o que houve, mas não consegui dizer
nada e me deitei no banco para dormir.
Acordei
de supetão com alguém que me puxava para fora do carro. Como eu ainda estava
sonolenta, eu dizia que queria continuar dormindo, quando alguém respondeu:
-
Você sofreu um acidente, precisa acordar.
Foi
quando me dei conta de que realmente a coisa era séria.
Minha
mãe batera o carro na estrada do sul do Brasil.
Nós
mal conhecíamos a cidade. E agora?
As
pessoas que nos socorreram levaram-nos para o hospital mais próximo. Lá, um
policial veio falar comigo, porque eu era a única que estava consciente. Eu só me
lembrava do nome do hotel em que estávamos hospedados e a empresa onde meu pai
trabalhava na época.
Resumindo.
Fiz uma pequena cirurgia na testa para fechar o corte que tinha. Minha irmã
quebrou a perna e, como não usava cinto de segurança (naquela época não era
obrigatório), deu de cara no vidro da frente o carro e rasgou todo seu nariz,
precisando de uma cirurgia plástica. A minha mãe fraturou as duas pernas e
passou um ano em Bento Gonçalves para fazer umas oito cirurgias nas duas pernas,
porém ela tem sequelas até hoje.
Essa
história foi a primeira de outras histórias que me fez mudar o rumo da minha
vida.
Aos
15 anos, quebrei o tornozelo direito andando de skate. Em 2011, tive fratura
exposta do cotovelo direito ao andar de bicicleta e fiz duas cirurgias em cinco
dias.
Já
fui demitida algumas vezes. Também fui recusada em alguns empregos ou projetos.
Peguei
meu ex-namorado com outra na casa dele.
Tomei
antidepressivos.
Meus
pais se separaram quando eu tinha 30 anos.
Meu
pai morreu em 2004, de câncer. Minha vó morreu dois anos antes, também de
câncer.
Mudei
de profissão aos 35 anos quando fui demitida do lugar que eu mais amava
trabalhar.
Tentei
o suicídio em 2010.
Em
dezembro de 2017, fui demitida, novamente.
A
vida, o tempo todo, cria situações que nos fazem paralisar para que possamos
nos mexer e sair da zona de conforto.
Isso
nunca deixará de acontecer.
O
que não podemos permitir é que isso nos paralise de vez.
Viva
a vida intensamente, com amor no coração e permita-se ser feliz todos os dias,
custe o que custar.
Só
não desista.
Você mais forte do que tudo isso.
Boa
semana.
Tânia
O Universo em Você
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