Em
2010, após problemas no trabalho, eu decidi que precisava cuidar um pouco de
mim e, com isso, fui fazer uma caminhada no condomínio onde moro para relaxar e
pensar na vida.
Onde
eu moro tem um espaço bem grande para caminhar, além de um jardim gigante com
muitas árvores, plantas e flores.
Enquanto
eu caminhava e pensava na vida, eu avistei umas orquídeas que brotavam de uma
das árvores. Eu nunca tinha reparado nisso, mas aquilo me chamou muita atenção.
Parei e fiquei olhando para elas por alguns minutos, admirando sua beleza. Com
isso, percebi que outras pessoas passavam por elas e nem sequer notaram a
presença das orquídeas, menos anda a minha presença. (risos)
Depois
disso, eu fiquei pensando: “Como que as pessoas não reparam numa beleza dessas,
disponível a qualquer um, e de graça?”
Devido
à pressa para chegar ao trabalho ou à escola, as pessoas caminham envoltas em
seus pensamentos, muitos deles, repetitivos, e nem sequer prestam atenção às
pessoas que estão ao redor, quem dirá prestar atenção a uma flor.
Ao
mesmo tempo, eu pensei: “Até parece que essas orquídeas ligam para quem olha
para elas ou não. Elas estão apenas cumprindo o seu papel. Elas brilham, independente
de admiração.”
E
foi nesse momento que eu concluí: “Devemos ser como as flores. Elas passam meses
cultivando suas raízes, para que no momento certo, possam brotar, e mostrar a
sua beleza para o mundo. Elas não julgam ninguém, e menos ainda querem atenção
dos outros, a não ser atenção dos insetos e pássaros. Se alguém admirá-las,
ótimo, se não, ótimo também. Devemos ser como elas, apenas brilhar, porque essa
é a nossa natureza divina.”
Vivemos
numa época em que chamar a atenção tornou-se algo corriqueiro em nossas vidas.
Basta apenas visitar o Facebook ou Instagram e ver milhares de pessoas postando
fotos de seus pertences, dos restaurantes em que comem, as viagens que fazem,
ou mesmo as famosas selfies, tudo
para chamar a atenção das pessoas e obter muitos likes. No entanto, fica a questão: para que tudo isso?
Segundo
o Budismo, tudo que existe é efêmero, dura o tempo que tem de durar. Veja o
exemplo da flor, ela dura o tempo necessário para cumprir a sua missão, e faz
isso constantemente, ano após ano. E muitos não se dão conta disso.
Assim
como o Sol brilha constantemente para nós, e ele vem da mesma essência que a
sua, por que necessitamos tanto chamar a atenção das pessoas se já somos
brilhantes da maneira que somos?
O
que eu quero dizer é que não precisamos disso, porque já somos brilhantes. Já
somos Budas encarnados. Apenas basta encontrar o seu caminho para iluminação.
Não há
nada de errado em postar as suas realizações nas redes sociais. O problema é
quando essa necessidade vai para vida social e profissional, trazendo
infortúnios para você e aos outros.
Quando
você se encontrar numa situação em que queira chamar a atenção de alguém,
pense: “Eu já sou divino, brilho por si só. Se alguém reparar em mim é porque
está brilhando também. E isso é bom.”
No
momento em que pensamos dessa forma, os problemas do dia a dia parecem
pequenos, e muitos se dissolvem naturalmente. Não se preocupe com o que os
pensam ou acham de você. Se preocupe em ser a essência divina que está dentro
do seu Ser e brilhe, sem esforço algum.
Namastê.
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